A Polícia Civil realizou uma operação, no domingo (17), para prender suspeitos investigados por torturar e queimar um homem, em janeiro deste ano, em Porto Alegre. De acordo com os policiais, 10 pessoas foram presas e um menor, apreendido. Outras 10 seguem foragidas.
O objetivo da operação, que recebeu o nome de Matriarcado, foi localizar e prender 20 pessoas que estariam envolvidas na morte de Josiano Jonatas de Mello, de 35 anos. Câmeras de segurança registraram o assassinato (veja acima). O homem foi espancado, torturado, jogado em um terreno baldio e queimado.
“Nós não podemos permitir barbárie e voltar à época em que pessoas são queimadas e torturadas sem provas, o que efetivamente aconteceu. A polícia é o estado. A Polícia Civil tem que representar o estado nos julgamentos e não pessoas julgarem pessoas”, disse a chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, delegada Nadine Anflor.
Segundo a polícia, após Josiano ter sido acusado pela companheira de ter abusado da filha deles, de 12 anos, ele foi submetido a uma espécie de “tribunal do tráfico”. O suposto estupro teria acontecido por volta das 17h30 de 13 de janeiro.
As câmeras começaram a captar a movimentação do grupo na rua a partir das 19h13. Com pedaços de paus, os suspeitos desferiram uma série de golpes contra Josiano. O homem foi levado para o mato, onde uma fogueira foi feita.
“Ele foi julgado pelo tribunal do tráfico e foi decidido que ele deveria ser morto com tortura. Ele passou a ser torturado durante o trajeto, até os últimos 15 minutos de vida. Nos últimos 15 minutos ele foi largado em praça pública, na comunidade. Havia criança próximo, família, pessoas transitando e ele sendo executado ali e torturado”, contou o delegado Guilherme Gerhardt.
A Polícia Civil está investigando o crime de estupro.
“Não há certeza que tenha acontecido. Pode ser um mero boato porque existia também a ligação dessa vitima com a facção de lá. Temos que investigar e ampliar”, disse a chefe de Polícia.
Ao todo, são 21 mandados de prisão a serem cumpridos. Um dos suspeitos foi morto dias atrás. A polícia cumpriu também 35 mandados de busca e apreensão na Vila Bom Jesus, Zona Leste da capital gaúcha.
Conforme a polícia, quem teria ordenado a morte de Josiano foi a chefe do tráfico da vila, Elisandra Borges Pizini Chulz, conhecida como “madrinha”. Ela foi um dos principais alvos da operação, mas não foi encontrada.
A ação começou na manhã de domingo e se estendeu ao longo dia. Cerca de 200 policiais, distribuídos em 60 viaturas, participaram do trabalho.
FONTE: g1.globo.com